segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Da UFPE que temos a que queremos: pela valorização da vida e por uma Assitência Estudantil de qualidade


Na última quarta-feira (28/09) os estudantes da UFPE, foram surpreendidos pela notícia de mais um suicídio ocorrido no campus, no prédio do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH). Isso mesmo, mais um! Só este ano foram quatro casos. Dessa vez, uma jovem mulher. Não podemos entender esse fato de forma isolada e como se só dissesse respeito ao individuo, responsabilizando por isso. Vivemos numa sociedade sustentada por valores que são impostos cotidianamente e cabe às pessoas se enquadrar nos padrões, caso contrário é oprimido(a), sofrendo os mais variados tipos de violência, resultando em isolamento, depressão e também o suicídio.
            A universidade não sendo uma bolha, reproduz isso. Basta observar o ritmo que é colocado e a pressão acadêmica que nos deparamos, e ainda a falta de um apoio que garanta uma permanência de qualidade. Nos é negado o acesso a saúde na UFPE, incluindo os plantões psicológicos muito restritos, as culturais foram proibidas com a justificativa da segurança, os bolsistas são utilizados como mão de obra barata, o assédio moral e sexual é uma realidade na universidade, como tivemos notícias recentemente de uma estudante e funcionária da universidade que foi assediada por um influente professor do departamento de Ciências Sociais, e como se não bastasse convivemos com uma segurança terceirizada e repressiva dentro do campus.
            É muito provável que esta jovem mulher, como tantas outras, sofresse diariamente essas pressões na sociedade, e na universidade isso não foi diferente em meio às demandas que tinha que cumprir. Esse fato foi o estopim para que os estudantes colocassem na ordem do dia os problemas graves que estamos enfrentando, mas que a reitoria insiste em afirmar que não existem. Uma mobilização, marcada no facebook, com cerca de 70 pessoas começou a ser organizada na reitoria a partir das 14h com a construção de uma pauta de reivindicações que colocou a urgência da garantia da Assistência Estudantil de qualidade, uma política de segurança construída pela comunidade acadêmica e sem terceirizações, maior participação dos estudantes nas decisões. Os estudantes presentes exigiram a presença imediata do reitor Amaro Lins que se atrasou por quase três horas.
            Diante de mais esse desrespeito, os manifestantes tomaram a decisão de fechar a reitoria, impedindo a entrada e saída dos funcionários e da mídia até a chegada do reitor, que só foi ocorrer por volta das 17h40. Na conversa o reitor insistiu em fantasiar uma universidade que não existe, afirmando que já temos uma assistência estudantil de qualidade, as moradias estudantis são ótimas, que o R.U. é uma maravilha e que colocar grades no CFCH já basta. Os estudantes mais uma vez não se calaram e denunciaram a situação da universidade, com um R.U. nas mãos da iniciativa privada e que não atende nem 10% da comunidade acadêmica. Não teremos ilusões nessa reitoria e por isso continuaremos na luta. Por isso, A ANEL faz o chamado ao conjunto dos estudantes para sacudirmos juntos a UFPE e garantir vitórias!

Um comentário:

  1. Os estagiarios de licenciatura da prefeitura da cidade do Recife estao se mobilizando para o cumprimento das clausulas contratuais e pelo aumento da bolsa.
    Por favor, apoiem nossa causa.
    Sigam-nos:

    http://unelpe.blogspot.com

    Obrigado

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